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07 Setembro
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Coccidioidomicose: médicos e demais profissionais da saúde devem ficar alertas
Autor: Erica Soares

 

Há poucas semanas, três pessoas de uma mesma família residente em Serra Talhada, Sertão do Pajeú (PE), foram diagnosticadas com coccidioidomicose, uma doença respiratória causada pelo fungo Coccidioides posadasii (C. immitis). Esta é a primeira vez em que a enfermidade é notificada no estado. A doença tem sido diagnosticada principalmente no Piauí e no Ceará, com poucos casos no Maranhão e raros casos na Bahia e agora em Pernambuco. De acordo com o Médico infectologista da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina (PI), Kelsen Eulálio, os casos brasileiros residem ou procedem do nordeste, pois o fungo responsável pela doença sobrevive e se multiplica bem em áreas desérticas ou semi-áridas. Ainda segundo ele, a ocorrência dos primeiros diagnósticos no sertão pernambucano já era esperada há bastante tempo, uma vez que as condições climáticas e ambientais existentes eram similares àquelas identificadas no Piauí e no Ceará. Nos casos diagnosticados no Piauí, a letalidade da doença foi de aproximadamente 8%.

A maior dificuldade em diagnosticar a infecção consiste em não considerá-la, uma vez que a coccidioidomicose pode ser facilmente confundida com outras doenças. “Muitos casos devem estar sendo erroneamente diagnosticados como pneumonia inespecífica (os casos mais agudos) ou tuberculose (casos com sintomatologia mais arrastada) e outros são certamente subdiagnosticados. O maior número de diagnósticos no Piauí se deve a cooperação de longa data da Fiocruz-RJ com a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e serviços ligados à Secretaria de Saúde do Estado do Piauí, com capacitação de médicos e pessoal de laboratório para reconhecimento clínico da doença e identificação laboratorial do fungo”, assinala o especialista ao lembrar que a coccidioidomicose não é doença de notificação compulsória, à semelhança do que ocorre para outras micoses sistêmicas.

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