Faculdade Maurício de Nassau UNINASSAU | Ser Educacional
21 Outubro
ARTIGO
Os riscos da alimentação fora de casa e de hora
Autor: Beto Coral

A alimentação é um hábito normal dos seres vivos. Caracteriza-se como uma necessidade histórica, fisiológica, essencial à manutenção do organismo, auxilia na eficiência das defesas orgânicas, além de prover a estruturação do corpo humano nas diversas fases da vida.

As inúmeras atividades do nosso dia-a-dia têm se tornado algo que, muitas vezes, nos cobra mais que o necessário, tomando nosso tempo, inclusive o que deveria ser destinado à correta alimentação.

Esse comportamento leva as pessoas a adotarem hábitos alimentares considerados arriscados. Tanto a quantidade quanto a qualidade dos alimentos adquiridos em alimentação feita fora de hora e fora de casa, são vistos como potenciais fatores de risco à saúde da população. Em relação à quantidade, esta característica entra como fator de risco de longo prazo, especialmente para aqueles indivíduos que comem e, logo em seguida, desempenham atividades de cunho quase que exclusivamente intelectual (sem que faça tanto esforço físico). O acúmulo de gordura, além da presença de outros fatores não necessariamente ligada ao alimento, se tornam crônicos e geralmente são causadores de doenças como colesterol, por exemplo.

Já em termos qualitativo, este, talvez seja o principal fator de adoecimento das pessoas por doenças transmitidas por alimentos (DTAs). O manuseio, o armazenamento e a origem da matéria prima utilizada no preparo dos alimentos, aliado ainda à falta de higiene do manipulador e ao ambiente no qual os alimentos são comercializados, são considerados fatores de risco de desencadeamento agudo de alterações orgânicas.

O manuseio simultâneo de alimentos e dinheiro permite a contaminação do mesmo e a posterior ingestão deste por consumidores, o que causará doença de diferentes potenciais. Da mesma forma, o não uso de máscaras, luvas, toucas e outros equipamentos de proteção por parte do manuseador dos alimentos, caracterizam-se como fragilidades e contribuem com a contaminação dos alimentos, especialmente quando estes são comercializados livremente em ruas, praças e outros locais abertos.

Em muitos casos o preparo de alimentos de rua ocorre ainda na madrugada, haja vista que o vendedor ambulante precisa chegar cedo aos locais de venda e, a maioria destes alimentos não têm como ser produzidos no momento da comercialização. Dessa forma, o acondicionamento de tais alimentos se dá em caixas isotérmicas sem a devida higienização ou em estufas, sem que tenham a temperatura mínima ideal de conservação livre de contaminação.

Outro ponto crítico e, não raro, visto em algumas situações, é a matéria prima utilizada no preparo de alguns alimentos, tais como ovos, embutidos, queijos, óleos, carnes e outros itens os quais podem ser originários de locais sem a devida inspeção e autorização de abate e inspeção, caracterizando matéria prima de baixa ou nenhuma qualidade a qual já vem contaminada, veiculando doenças em humanos.

Vale ressaltar que recentemente, no estado do Espírito Santo, foi identificada uma família de ambulantes que vendia em feira livre linguiça e outros alimentos preparados com carne de cachorro e de gato. O que configura crime contra a saúde pública, contra a fauna, além de se enquadrar como outros crimes.

Baseado nessas informações, vale à pena escolher melhor os locais onde se alimentar, averiguando sempre a existência de licenças e autorizações de funcionamento do estabelecimento, de modo a ter como recorrer nos casos de identificação de vulnerabilidades.

Por: Andreey Teles – médico veterinário, professor e coordenador do curso de medicina veterinária da Uninassau João Pessoa.

 

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