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15 Outubro
INFORMAÇÃO
Foco de peste suína clássica é identificado em Alagoas
Autor: Andrei Guedes
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Causada por um vírus, a peste suína clássica (PSC) é uma doença altamente contagiosa que pode desencadear quadros subagudos, agudos, crônicos e sem manifestação clínica. Quando se manifesta de forma aguda, os animais acometidos apresentam um quadro hemorrágico, seguido de elevadas taxas de morbidade e mortalidade.

O agente viral adentra ao organismo por via oro-nasal, atingindo inicialmente as tonsilas, onde se replica e, em seguida, através da corrente sanguínea, alcança órgãos como linfonodos, baço, rins, porção distal do íleo e sistema nervoso central. A disseminação viral ocorre por meio de secreções e excreções oriundas de animais doentes ou portadores sadios, as quais são caracterizadas como sendo as principais fontes de infecção.

Vale ressaltar, porém que, o vírus causador da PSC pode ser veiculado, entre os suínos e unidades criadoras, por moscas, piolhos, vermes, aves, roupas de pessoas contactantes, utensílios e equipamentos diversos, material cirúrgico, veículos de transporte animal e que estejam circulando nas imediações onde haja a presença do vírus, rações, carne e seus derivados.

Mundialmente, desde outubro de 2018, 49 casos desta doença foi identificada, confirmada e comunicada oficialmente à Organização Internacional de Epizootias (OIE), organismo mundial que monitora a presença e circulação de doenças animais em todos os continentes, traçando estratégias de diagnóstico, prevenção, controle e erradicação.

No último dia 09, a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (ADEAL) confirmou um foco de Peste Suína Clássica no município de Traipu, no interior alagoano. O primeiro foco de PSC em Alagoas foi registrado em 1994. Medidas de controle e erradicação do foco vêm sendo implantadas desde a confirmação e consistem em vigilância ativa, realizada nas propriedades suspeitas, num raio de três quilômetros do foco, e dez quilômetros do foco, além da implantação de barreiras sanitárias proibindo o trânsito de suínos na região. Ações como atualização do quantitativo dos rebanhos de suínos, averiguação das condições higiênico-sanitárias, inspeção clínica dos animais e educação sanitária nas propriedades, também estão sendo aplicadas.

Segundo a Instrução Normativa nº 25, de 19 de julho de 2016, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), atualmente são declarados como livres de PSC as Unidades Federativas do Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e os Municípios de Guajará, Boca do Acre, sul do Município de Canutama e sudoeste do Município de Lábrea, pertencentes ao Estado do Amazonas.

A introdução do vírus da PSC, em qualquer estado considerado zona livre para a doença, causará prejuízos na exportação de carne suína no país. Além dos impactos nas exportações dos complexos de soja, algodão e milho, pois estes produtos necessitam para exportação certificados internacionais, de que nos últimos três meses não ocorreram registro de peste suína clássica, por tais motivos O MAPA implantou, em 2004, o Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS).

Como medidas preventivas, após a confirmação deste caso da PSC, o órgão estadual de defesa agropecuária do estado de Pernambuco, ADAGRO, suspendeu o trânsito de suínos, seus produtos e subprodutos oriundos de Alagoas. Como o foco da PSC em Alagoas está a 7,0 km do estado de Sergipe, que era considerada área livre da peste suína desde 2016, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (EMDAGRO) colocou em prática o Plano de Contingência para a peste suína clássica e deixou os postos de fronteira em alerta.

Por: Andreey Teles – médico veterinário, professor e coordenador do curso de medicina veterinária da Uninassau João Pessoa.

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