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26 Setembro
MEDICINA VETERINÁRIA
Dia mundial de luta contra a raiva – qual a sua atitude?
Autor: Andrei Guedes

No dia 28 de setembro, acontece em todo o mundo ações voltadas à conscientização da humanidade sobre os riscos representados pela raiva – uma doença, invariavelmente letal. A raiva é causada por um vírus que tem adaptação no organismo de mamíferos, sendo os morcegos um dos principais atores no processo de manutenção e disseminação do agente etiológico.

Todavia, vale ressaltar que, como se trata de uma doença que possui ciclos distintos de perpetuação, os quais possibilitam que o vírus circule acometendo, pelo menos duas espécies distintas, além do morcego outros animais como cães, gatos, bovinos, equinos, raposas, guaxinins, etc. são integrantes desta cadeia, sendo o humano a espécie que fica situada, simbolicamente no meio de todo esse processo por representar, quem sabe um dos elos mais preocupantes.

Considerando esses fatores, fica fácil entender que a interação entre tais espécies de mamíferos é algo que contribui para com a disseminação viral seja de forma direta ou indireta. A mais comum, no meio urbano, é através do contato com animais domésticos como cães e gatos portadores. No âmbito rural, moradias com estruturas precárias as quais, muitas vezes, permitem que morcegos adentrem aos recintos/quartos durante a noite, viabilizam a oportunidade de morcegos hematófagos se alimentarem de humanos enquanto estes últimos dormem. Vale ressaltar que morcegos do gênero Desmodus possuem uma espécie de anestésico na saliva, o que impede que a vítima sinta o seu ataque. Ainda no meio rural, contato com pequenos primatas a exemplo dos saguins, também representa um enorme risco de contração da doença.

Em sistemas de criação de bovinos e equinos é possível ver alguns animais com sinais de mordedura sempre no início da manhã e, em alguns casos marcas do escoamento do sangue na região onde o morcego se alimentou. Nessas situações, o animal de produção que estiver portando o vírus da raivam torna-se um transmissor da doença para o tratador ou quais quer outros contactantes.

Considerando tais situações e, entendendo que a doença é prevenível através de vacinação anual dos animais, faz-se necessário que a população atente às campanhas realizadas pelo serviço público periodicamente. Aqueles tutores que perderem a época da campanha, deverão procurar o serviço veterinário para realização da vacinação do seu animal.

Pessoas que sofrerem agressão de animal suspeito deverão procurar imediatamente o serviço de saúde de referência e relatar o ocorrido, buscando as devidas providências para evitar a disseminação viral no organismo. Nesses casos, quanto ao animal, o mesmo deverá ser entregue para o serviço de vigilância de zoonoses para que fique em observação por dez dias.

Métodos empíricos utilizados ao longo da história na tentativa de eliminar o agente viral de ferimentos causados em pessoas, devem ser evitados, pois não possuem eficácia alguma do ponto de vista científico e, portanto, não vai conter o avanço viral.

É importante saber que, segundo o Manual de Normas Técnicas de Profilaxia da Raiva Humana (2011), os grupos listados abaixo representam risco de exposição ao vírus e, portanto devem ser vacinados antes mesmo de qualquer acidente envolvendo animais suspeitos:

• médicos veterinários;

• biólogos;

• auxiliares e demais funcionários de laboratório de virologia e

anatomopatologia para raiva;

• estudantes de Veterinária, Biologia e Agrotécnica;

• pessoas que atuam no campo na captura, vacinação, identificação e

classificação de mamíferos passíveis de portarem o vírus, bem como

funcionários de zoológicos;

• pessoas que desenvolvem trabalho de campo (pesquisas, investigações

ecoepidemiológicas) com animais silvestres; e

• espeleólogos, guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que

trabalham em áreas de risco.

 

Dúvidas sobre este assunto? Procure-nos:

Medicina veterinária - Uninassau João Pessoa – Av. Pres. Epitácio Pessoa, 1201.

Por: Prof. Dr. Andreey Teles – Professor e coordenador do curso de medicina veterinária da Uninassau João Pessoa.

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