Faculdade Maurício de Nassau UNINASSAU | Ser Educacional
11 Outubro
ARTIGO
Coleta seletiva – uma tendência saudável
Autor: Andrei Guedes

Ultimamente tem sido bastante significativa a iniciativa das pessoas em reduzir, reciclar e reutilizar materiais que, em outro momento iriam para o lixo, contribuindo, sem dúvidas para com a degradação do ambiente, entre outros problemas. No Brasil, é expressivo o aumento no número de pessoas que vêm saindo dos lixões, onde trabalhavam em busca de tirar o sustento para toda a família, para montar ou se filiar a cooperativas ou associações voltadas a atividades de reciclagem.

No entanto, vale ressaltar que ainda é baixo o incentivo por parte do setor público no sentido de estimular a população a fazer a segregação dos resíduos em casa, pois, devido à inexistência do serviço público de coleta seletiva, fica complicado, segregar em casa sabendo que tudo será recolhido num mesmo caminhão coletor e direcionado ao lixão da cidade.

Contudo, na perspectiva de contribuir com a coleta seletiva, as pessoas que separam os resíduos gerados em casa, o levam até uma cooperativa ou associação que trabalha com reciclagem, já que essas entidades quando fazem coleta de material in loco, geralmente é em empresas, condomínios e instituições parceiras, pois assim é mais vantajoso e econômico.

As famílias que vivem da reciclagem, seja de papel/papelão, vidro, plástico ou outro(s) tipo(s) de produto(s) em cooperativas/associações, têm como vantagens a diminuição no risco de acidentes (atropelamentos – muitas vezes seguidos de morte, cortes, mutilações, etc.), além de livrar-se, quase que totalmente, de infecções graves, conflitos (devido à disputa que existe naturalmente entre os catadores), dentre outros agravos. Os esforços emanados geralmente de entidades representantes da sociedade civil organizada no sentido de despertar o interesse do setor público em transformar lixões em aterros sanitários, tem adquirido uma grande importância, já que tais aterros já são uma realidade em várias cidades do Brasil.

Alguns fatores que geram entraves quando da criação de entidades voltadas ao trabalho com reciclados é a falta de subsídio por parte dos governos. Devido a isso é que, muitas vezes, tal subsídio é feito pela iniciativa privada por meio de doações de equipamentos como prensa, caminhão, pagamento de aluguel de galpões, doação de terrenos, fardamento, etc.

Apesar dos benefícios já relacionados acima, nem todos os ex-catadores de um lixão se filiam a associações/cooperativas, pois normalmente nesses locais há exigências quanto ao cumprimento de horário e, no final do mês há a divisão dos lucros, proporcionalmente aos dias trabalhados no referido mês, o que pode representar um ganho não muito elevado. Assim, uma parte desses ex-catadores prefere atuar nas ruas com carrinhos catando papelão e outros resíduos possíveis de serem reciclados, porém há riscos como atropelamento e até mesmo agressão por parte de alguns donos de casa que ao verem seu lixo ser remexido e, muitas vezes deixado desarrumado, agride os catadores. Aliado a tudo isso, tem ainda a indisposição para atenderem a horários e outras normas disciplinares de trabalho existentes nas instituições já citadas.

Em termos de lucro por pessoa, esses ainda são relativamente baixos, pois o valor que se paga no quilo do papelão, por exemplo, é bastante reduzido, além do mais há também falcatruas por parte de algumas indústrias que compram os produtos que serão reciclados, comprometendo mais ainda os lucros.

No geral, quando se contabilizam os benefícios que o fechamento dos lixões traz ao ambiente (fauna, flora, aquíferos, etc.), às pessoas (especialmente no que diz respeito à saúde), à diminuição no risco de acidentes com aeronaves (ausência de urubus), entre outros vários aspectos, os ganhos financeiros que ainda são baixos, representa algo que, por se encontrar em fase de transição, modificará, uma vez que a tendência é que cada vez mais pessoas adotem a coleta seletiva em sua casa, contribuindo com a quantidade recolhida por essas instituições, aumentando, consequentemente, a renda de tais famílias.

Comece já a fazê-la em sua casa ou condomínio, é muito fácil: contacte uma cooperativa/associação de sua cidade que trabalha com reciclagem, solicite um esclarecimento sobre o que é reciclável, como proceder quanto à segregação e pronto!

Por: Andreey Teles - Médico Veterinário, professor do ensino superior e Coordenador do curso de medicina veterinária da Uninassau João Pessoa.

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