Faculdade Maurício de Nassau UNINASSAU | Ser Educacional
13 Julho
João Pessoa
Animais de biotério: critérios de utilização e espécie modelo
Autor: Beto Coral

Não é nova a discussão sobre a viabilidade de utilização de espécies animais em biotério, com finalidade de experimentação científica. Muitos animais são utilizados como modelos no estudo de doenças que possam acometer o Homem e, portanto, os resultados nesses estudos são, em sua maioria, extrapolados para o contexto da medicina humana. O fato é que muitos medicamentos, cosméticos, além da compreensão sobre a epidemiologia e/ou patogenia de muitas enfermidades foram obtidos através dessa metodologia. O objetivo desta matéria não é tomar partido a favor ou contra os ensaios com material animal em experimentos.

  Para reduzir os impactos desses estudos sobre os animais experimentais, as Instituições responsáveis pela execução dessas atividades criaram os comitês especializados. As comissões de ética no uso de animais, denominados como CEUA utilizam-se de critérios rígidos para aprovação ou não dos experimentos, levando em consideração a dor que causará na espécie em questão, a viabilidade de outros modelos experimentais, bem como a qualidade de vida, número de indivíduos utilizados, invasividade dos procedimentos a serem realizados, bem como se atende os critérios de bem-estar animal enquanto criatório no biotério.

O termo biotério refere-se ao local de produção e manutenção de animais que podem ser utilizados na experimentação animal. Frequentemente quando se fala nessa temática, vem à mente o uso de ratos provavelmente porque são mais falados na mídia e abordados em filmes, por exemplo. No entanto, coelhos, cães, suínos, primatas não- humanos e até tatus podem ser utilizados como modelos experimentais, especialmente naqueles casos onde a enfermidade estudada tem potencial zoonótico. Uma característica importante na escolha da espécie utilizada é a forma como a doença se comporta no corpo do animal, se assemelha-se ou não à fisiopatologia humana.

Atualmente, com o avanço da tecnologia, é possível utilizar-se de tecidos animais e cultivar células em laboratório, obtendo resultados significativos para a ciência. O que não se pode fazer, é utilizar-se de animais vivos para testar teorias e hipóteses infundadas, gerando, dentre outras coisas, maus-tratos contra os animais. Além de antiético, o profissional esta sujeito a responder judicialmente por tais atos. Quando ligado a uma Instituição, o mesmo deverá se inteirar da legislação vigente quanto ao uso de animas experimentais e submeter o projeto à CEUA local. 

Por. Profa Telma Sousa - médica veterinária e docente do curso de medicina veterinária da Uninassau João Pessoa.

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