02
Abril
FARMÁCIA
Panorama da vacinação no país: das fake news à gripe
A campanha de vacinação contra a gripe começa no dia 10 de abril e se estende até 31 de maio. A primeira fase nacional, que vai até 22 de abril, será focada em crianças, gestantes e puérperas (mulheres que tiveram filhos recentemente). A partir dessa data, os demais públicos-alvo podem se vacinar. Indivíduos que não se encaixam nessa lista podem procurar a rede privada para se proteger. Os valores variam entre R$ 100 e R$ 150 reais por dose.
Vacinas contra a gripe aprovadas para 2019
Sete vacinas contra gripe (influenza) tiveram aprovação da Anvisa para uso no Brasil em 2019. Os produtos autorizados são os que fizeram a atualização das cepas do vírus da gripe, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Resolução RE 2.714, de outubro de 2018 da agência. As vacinas são as seguintes:
– Fluarix Tetra – GSK0
– FluQuadri – Sanofi-Aventis
– Influvac – Abbott
– Influvac Tetra – Abbott
– Vacina influenza trivalente (fragmentada e inativada) – Instituto Butantan
– Vacina Influenza Trivalente (subunitária, inativada) – Medstar
– Vaxigrip – Sanofi-Aventis
Movimento antivacinação em xeque
No último dia 7 de março, o Facebook anunciou que vai excluir grupos e páginas com conteúdos falsos sobre vacinas. A empresa também não incluirá esse tipo de material nas recomendações quando o internauta digitar palavras-chave nas ferramentas de busca. A previsão é também rejeitar anúncios na rede que tenham informações incorretas.
Em 2018, cerca de 90% dos focos de mentiras na internet eram sobre vacinas. Nos últimos anos, houve no país queda significativa nas taxas de imunização contra doenças como sarampo e poliomelite.
Estudo conclui que vacina não causa autismo
Estudo realizado por pesquisadores dinamarqueses e publicado no último dia 5 março na revista Annals of Internal Medicine revelou que a vacina contra o sarampo, caxumba e rubéola – conhecida como tríplice viral – não aumenta o risco de autismo nem desencadeia o transtorno em crianças suscetíveis a ele. A pesquisa tomou como base 657.461 crianças nascidas na Dinamarca entre 1999 e 2010. O estudo foi realizado porque a ligação feita entre a vacina e o autismo continua a causar preocupação e desafiar a adoção da vacina por alguns pais.
No período pesquisado, 6.517 crianças foram diagnosticadas com autismo (uma taxa de 129,7 a cada 100 mil). A comparação entre crianças vacinadas e não vacinadas produziu uma razão de risco de autismo de 0,93. Nenhum risco aumentado de autismo após a imunização foi consistentemente observado em subgrupos de crianças definidas de acordo com a história de autismo dos irmãos, fatores de risco (com base em um escore de risco de doença) e outras vacinações.
Vacina de febre amarela pode proteger contra vírus da zika
Estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) concluiu que a vacina da febre amarela protegeu camundongos da infecção do vírus zika em laboratório. Tanto a zika e quanto a febre amarela são transmitidos por vírus da família dos Flavivírus. As estruturas biológicas dos vírus são semelhantes, o que inspirou a equipe a testar os efeitos da vacina de febre amarela sobre o vírus Zika.
“Nossa pesquisa mostra que uma vacina eficiente e certificada, disponível para uso há diversas décadas, efetivamente protege camundongos contra infecção do vírus Zika”, diz o médico Jerson Lima Silva professor da UFRJ. Segundo ele, a região que teve maior incidência de zika, o Nordeste do país, é também a que tinha a menor cobertura vacinal para febre amarela, o que motivou testar essa hipótese.
A equipe realizou testes com dois grupos de camundongos, um composto por indivíduos saudáveis e outro por indivíduos com sistema imune comprometido, mais suscetíveis à propagação do vírus. Nos dois grupos, parte dos animais foi imunizada com a vacina de febre amarela e outra recebeu apenas uma solução salina, sem nenhum efeito imunológico. Depois, todos receberam injeções intracerebrais do vírus da zika, de modo a simular infecções com alto índice de letalidade.
“Sem a vacina, os mais suscetíveis morreram e os normais desenvolveram sintomas da doença. Já entre os vacinados, os suscetíveis não morreram e todos apresentaram carga viral extremamente reduzida no cérebro” explica Silva. A pesquisa foi conduzida ao longo de dois anos. O grupo trabalha agora para entender os mecanismos de proteção contra o vírus desenvolvidos a partir da vacina da febre amarela. O médico diz que o próximo passo é realizar testes em primatas.
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