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26 Outubro
Artigo
AIDS felina: O que é?
Autor: Andrei Guedes
A Aids dos gatos, também conhecida como Imunodeficiência Felina, é uma das que mais afeta a população dos gatos, assim como a leucemia felina

Se você tem um gato, sabe que estes animais de companhia são muito especiais. Como pets, os felinos são fiéis companheiros e é necessário conhecer as doenças que de que podem sofrer para prevenir e tratá-las, protegendo o seu gato e você mesmo.

A Aids dos gatos, também conhecida como Imunodeficiência Felina, é uma das que mais afeta a população dos gatos, assim como a leucemia felina. No entanto, embora não exista uma vacina, a doença pode ser tratada de forma eficaz.

Cuide e mime o seu animal, não se assuste e conheça os detalhes dessa doença, as formas de contágio, os sintomas e o tratamento para a aids felina nesse artigo.

FIV - O vírus da imunodeficiência felina

Conhecido pela sigla FIV, o vírus da imunodeficiência felina é um lentivírus que só ataca os gatos. Embora seja a mesma doença que afeta os humanos, é produzida por um vírus diferente, sendo que a aids felina não pode ser transmitida a pessoas.

 

A FIV ataca diretamente o sistema imunitário, destruindo os linfócitos-T, o que deixa o animal vulnerável a outras doenças ou infecções menos importantes mas que, com essa doença, podem ser mortais.

Detetada a tempo, a aids felina é um doença que pode ser controlada. Um gato infetado que diga o tratamento adequado pode ter uma vida longa e digna.

Transmissão e contágio da aids felina

Para que o seu pet seja contagiado, é necessário entrar em contato com saliva ou sangue de outro gato infetado. A aids felina é transmitida, principalmente, através de mordeduras de um gato infetado a um saudável. Assim, os gatos de rua possuem uma maior predisposição a carregar o vírus.

Ao contrário da doença em seres humanos, não existem provas que a ais felina seja transmitida por via sexual, durante a gestação de uma mãe infetada ou até na partilha de bebedouros e comedouros entre pets. Se o seu gato está sempre em casa, não existe motivo para se preocupar. Contudo, se não é castrado e se sai durante a noite, o melhor é realizar um exame de sangue para comprovar que está tudo bem. Não esqueça que os gatos são animais territoriais, o que pode provocar algumas luras com mordeduras.

Sintomas da aids felina

Como acontece com os seres humanos, um gato infetado com o vírus da aids pode viver anos sem que apresente sintomas característicos ou até que a doença seja detetada. No entanto, quando a destruição dos linfócitos-T começa a prejudicar a capacidade do sistema imunitário felino, pequenas bactérias e vírus que os nossos animais enfrentam diariamente sem problemas podem começar a fazer danos na saúde do pet. É nessa altura que aparecem os primeiros sintomas.

Os sintomas da aids dos gatos mais comuns e que podem aparecer meses depois do contágio incluem:

  • Febre
  • Perda de apetite
  • Pelagem sem brilho
  • Gengivite
  • Estomatite
  • Infecções recorrentes
  • Diarreia
  • Inflamação do tecido conjuntivo
  • Perda de peso progressiva
  • Abortos e problemas de fertilidade
  • Deterioração mental

No geral, o principal sintoma de um gato com aids é o aparecimento de doenças recorrentes. Dessa forma, é importante vigiar o aparecimento repentino de doenças comuns que custam demoram a desaparecer ou se o gato tiver recaídas constantes em problemas de saúde que parecem pouco importantes.

Tratamento para gatos com imunodeficiência

A melhor cura é a prevenção. No entanto, apesar de não existir vacina para a doença da imunodeficiência em gatos, um pet infetado pode ter uma vida feliz com os cuidados adequados. Para prevenir que o seu gato seja infetado com o vírus da aids, procure controlar as suas saídas e brigas com gatos de rua, assim como fazer um check up mensal uma vez por ano (ou mais, caso chegue a casa com algum tipo de mordedura ou ferida). Se isto não for suficiente e o seu gato estiver infetado, deve trabalhar no fortalecimento das defesas e do sistema imunológico.

Existem medicamentos antimicrobianos que podem ajudar a controlar as infecções ou bactérias que atacam o animal. É importante ter em conta que estes tratamentos devem ser feitos de forma constante, caso contrário o seu amigo felino pode ganhar novas infecções. Também existem medicamentos anti-inflamatórios que ajudam a controlar infecções como a gengivite e a estomatite.

Além dos medicamentos, a alimentação dos gatos com aids deve ser especial. É recomendado que a dieta seja de alto conteúdo calórico, sendo que as latinhas e a comida úmida são o aliado perfeito para lutar contra a debilitação do animal contagiado.

Nenhum tratamento atua diretamente sobre a FIV em si. O que pode fazer para ajudar o seu pet e dar-lhe uma vida digna é afastar todas as doenças oportunistas que podem atacá-lo enquanto o seu sistema imunitário está debilitado.

Que mais devo saber sobre a aids felina?

Esperança de vida: É importante que tenha em conta que a esperança média de vida de um gato com aids felina não é fácil de prever. Tudo depende de como o seu sistema imunitário responde ao ataque das doenças oportunistas. Quando falamos de uma vida digna, estamos falando de um pet com aids felina que pode viver dignamente com uma série de cuidados mínimos. Mesmo que pareça que a sua saúde está boa, o tutor deve estar muito atento a aspetos como o peso e a febre do gato.

Um dos meus gatos tem aids mas os outros não: Se os gatos não lutam entre si, não existem possibilidades de contágio. A aids felina só se transmite através de mordeduras. No entanto, como isso é um aspeto difícil de controlar, recomendamos que isole o gato infetado, como se de qualquer doença infecciosa se tratasse.

O meu gato morreu de aids. É seguro adotar outro?: Sem o portador, o FIV (vírus da imunodeficiência felina) é muito instável e não sobrevive mais do que algumas horas. Além disso, a aids felina apenas se transmite através da saliva e do sangue. Portanto, sem um gato infetado que morda, o contágio de um novo pet é altamente improvável.

De qualquer forma, como qualquer outra doença infecciosa, recomendamos algumas medidas de prevenção:

  • Desinfetar ou substituir todos os pertences do gato que faleceu
  • Desinfetar tapetes e carpetes
  • Vacinar o novo pet contra as doenças infecciosas mais comuns

Um gato com sida pode me infetar?

Não, a ais felina não é transmissível para seres humanos. Um gato infetado com aids nunca pode contagiar uma pessoa, mesmo que a morda. Embora se trate da mesma doença, a FIV não é o mesmo vírus que infeta os humanos. Nesse caso, falamos de HIV, o vírus de imunodeficiência humano.

 

Por: Dr. Luiz Trevisan - Médico veterinário e Professor da unidade João Pessoa.

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