Faculdade Maurício de Nassau UNINASSAU | Ser Educacional
11 Outubro
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Artigo: Perfil profissional em jogo
Autor: Andrei Guedes
Diante desse bombardeio de interpelações, fica o convite à reflexão para que tenhamos sempre em mente que tipo de profissional queremos ser

A cada ano que passa os índices educacionais de acesso ao ensino superior aumentam. Embora muitas vezes não retrate a realidade no tocante à qualidade do profissional formado, atendendo geralmente números os quais se traduzem a posições em rankings mundiais, esse quantitativo é cada vez mais expressivo e, na perspectiva de que todo profissional formado possa ser aproveitado, é necessário que haja uma expansão constante das áreas de trabalho.

Mas, essa expansão dos locais de trabalho ocorre de tal maneira que gradativamente vai se elevando o grau de exigência para com o profissional formado (seja ele recente ou já veterano) no que diz respeito a articulação suficiente para que se adaptem às mais diversas condições de atuação e, para isso, o então profissional deve estar atento às atualizações de qualificação (especializações, mestrados, doutorados e pós-doutorados).

Por outro lado, a quantidade de pessoas que procuram fazer cursos de pós-graduação vem também aumentando mas, infelizmente, em muitos dos casos somente na perspectiva do status, afinal de contas podemos afirmar que proporcionalmente ao número de pessoas formadas, ainda são poucos profissionais detentores de tais títulos (especialmente os de maior grau) e isso, sem sombra de dúvidas serve de engrandecimento aos olhos daqueles que enxergam única e exclusivamente o seu “umbigo”.

E no que isso implica? – Essa talvez seja uma pergunta pertinente pois, não raro, vários profissionais frequentam tais cursos sem que haja o mínimo de comprometimento com o que está sendo construído, desenvolvendo, inclusive, pesquisas sem o menor cunho formativo e informativo, sabendo-se ainda que, para isso, são utilizadas verbas públicas, onde no final das contas de nada serviu. Considerando que a universidade é um centro formador de opiniões e, muito, além disso, ela está para pesquisar e criar mecanismos de desenvolvimento e evolução dos mais diversos segmentos da sociedade, especialmente os nichos que estão em seu entorno, compostos muitas vezes por pessoas que não têm tanto acesso à informação, qual seria a ideia de se formular uma pesquisa meramente voltada à curiosidade sem que nada de positivo lhes esteja agregada?

Nesse ínterim, é possível dizer que hoje é de se lamentar a quantidade de profissionais que se dizem titulados (e não necessariamente estão capacitados) para o bom exercício da profissão, quando na verdade não primam pelo profissionalismo, ética, caráter e bom senso, deixando de lado o que mais importa para que se diz pesquisador: a comunidade carente seja ela rural ou urbana, local, regional ou nacional, mas que representa realmente aquele grupo cheio de anseios e expectativas sempre em busca de algo que lhes proporcionem uma vida melhor.

Diante desse bombardeio de interpelações, fica o convite à reflexão para que tenhamos sempre em mente que tipo de profissional queremos ser, para quê qualificarmo-nos e como realmente deveremos atuar sem que haja comprometimento do perfil profissional esperado pelos campos de trabalho.

Por: Professor Andreey Teles - Médico veterinário e Coordenador do curso de medicina veterinária da Uninassau João Pessoa.

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